Ponto de Encontro
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Gestão, inovação, políticas públicas, carreira, mercado, legislação, ESG, comunicação, liderança, novas tecnologias, e outros temas que dialoguem com o universo da Administração.
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To lean or not to lean? Eis a questão.
Marco A. Stail Filho (
O conceito de Lean Manufacturing surgiu no Japão, após a Segunda Guerra Mundial, consolidando uma série de práticas que visam o aperfeiçoamento constante de atividades e aumento de eficiência nas rotinas e procedimentos. Ele foi amplamente difundido no meio organizacional e, atualmente, faz parte do dia-a-dia das empresas que ambicionam a excelência operacional.
Alguns exemplos das ferramentas utilizadas para materializar a implementação da cultura lean são: mapeamento do fluxo de valor, programa de melhoria contínua, Just in Time, Kaizen, Kanban, Poka-Yoke, 5S, entre outros.
Porém, como toda teoria organizacional que se torna um modismo, há situações em que a aplicação do lean culture pode exceder os parâmetros da razoabilidade, trazendo resultados indesejados e até preocupantes.
Em essência, o lean deve promover o aumento da racionalidade e da funcionalidade das operações, tornando os fluxos menos complexos. É correto dizer que o lean reúne os meios que são empregados às atividades e procedimentos. Ou seja, o lean serve às operações, e não ao contrário. E a partir do momento em que a sua implementação vira uma obsessão, sobrepondo o seu propósito de dar suporte à otimização dos processos, ele se torna uma utopia e os seus resultados passam a ser ilusórios.
Além de aplicação do lean a qualquer custo, outra prática questionável é a manipulação de metas, aferições e resultados. Ou ainda, a adição de procedimentos e custos, apenas para gerar um cenário mais conveniente e forjado de atingimento dos objetivos. Isto é o mesmo que esconder a “sujeira” debaixo do tapete, o que vai em caminho totalmente oposto a um de seus preceitos básicos: reduzir movimentações desnecessárias. Este tipo de situação pode ser denominada “fake lean”. Infelizmente, é uma prática muito mais recorrente nas empresas do que se imagina.
Integridade e isenção das lideranças para reconhecer quando os resultados propostos realmente não foram atingidos, somadas à tenacidade e engajamento das equipes para planejar e agir na reversão do cenário indesejado, são fatores essenciais para que os ganhos com o lean sejam efetivos, em uma perspectiva de longo prazo.
Todas as pessoas da organização devem compreender que a orientação ao mercado é fator vital para qualquer negócio. A adaptabilidade das suas operações a este contexto deve servir de base para o atendimento das demandas identificadas junto aos clientes. Este é um bom ponto de partida para refletir que, ao inverter estas posições, promovendo modificações nos procedimentos sem antes depreender se o mercado enxerga como algo positivo e aceita as mudanças e inovações que a empresa deseja estabelecer, isto pode denotar falta de visão sobre o ambiente em que se está inserido. Além do que, configura um movimento pretensioso e de alto risco para a continuidade do negócio e da sua razão de existir.
Em algumas situações, a aplicação integral da cultura lean pode requerer o emprego de recursos elevados para o porte da empresa e que, eventualmente, não reverterão em benefícios e resultados adequados a esta realidade. E assim, podendo vir a frustrar as expectativas geradas com a sua implementação. Por isso, em casos de estruturas organizacionais enxutas e/ou processos menos complexos, deve-se avaliar a pertinência de uma aplicação modulada do lean. Isto é, eleger as ferramentas que, especificamente, trarão contribuições mais representativas para a evolução do negócio e seus processos.
Quantificar o valor agregado pelas práticas lean, na ótica de cada ator da cadeia, mostra-se a maneira mais transparente de mensurar o êxito da sua implementação. Sobretudo, na percepção dos clientes que, afinal de contas, são os protagonistas e financiam todo este processo. Seja o valor percebido pelo incremento de competitividade e otimização de custos, provenientes de maior eficiência operacional, ou também pela geração de outros atributos e ganhos qualitativos.
Por fim, é incontestável a relevância das contribuições trazidas pelo emprego do lean na evolução dos processos organizacionais. Fica evidente que os questionamentos a serem respondidos não são sobre aplicá-lo, ou não. Mas sim sobre como utilizá-lo da maneira mais adequada à realidade de cada empresa? Como torná-lo adaptável àquilo que é valorado pelos clientes e pelo mercado em geral? Como potencializar os ganhos a serem gerados para todos os elos da cadeia?