22.02.23
A lição que o carnaval traz ao setor corporativo
Todo empresário que conquistou o sucesso tem paixão pelo seu negócio. Mas nem sempre é fácil transmitir esse sentimento aos colaboradores. Um dos principais desafios dos gestores é despertar o senso de pertencimento e motivação em sua equipe. O que apesar de ser uma tarefa complexa, é extremamente essencial para o crescimento e prosperidade do negócio. Por isso, com a chegada do carnaval, algo que me chama a atenção é a emoção e energia das pessoas em torno da comemoração. O que me faz questionar: qual a lição que o carnaval traz ao setor corporativo? Como podemos reproduzir tal sentimento dentro da empresa? O primeiro ponto de análise é que o evento é um dos mais populares do país e expressa o sentimento de liberdade. É um momento em que todos se reúnem para celebrar, sem preconceito, sem rigidez e sem restrições. O que desperta um dos mais ardentes desejos dos seres humanos: o de ser livre. Claro que quando pensamos em uma estrutura organizacional bem-sucedida, existem algumas características que são indispensáveis, como a dedicação, motivação e foco na resolução. Mas como ao mesmo tempo que estão imersos na folia e agitação, as escolas de samba conseguem despertar todas essas ações em seus integrantes? E a resposta é: transmitindo a paixão. Não existe incentivo financeiro, nem nada do tipo, porém durante o ano inteiro, milhares de pessoas, estão trabalhando fielmente por um propósito, em algo que realmente acreditam. Replicar esse cenário para o mundo corporativo parece quase impossível, não é? Contudo, apesar de exigir muita visão empresarial e posicionamento, é totalmente viável. O principal é transparência e sinceridade, deixar bem claro para todos onde estão, onde queremos chegar e como pretendem fazer isso. Assim todos terão um objetivo e foco para seguir. Além disso, não podemos esquecer que escolher pessoas que tenham o mesmo objetivo que a empresa é extremamente importante, pois colocar alguém que não gosta de samba para abrir a avenida não é uma decisão sábia. O segundo ponto é a valorização da experiência dos que estão há mais tempo, representada pela ala das baianas e da velha guarda. No mercado de trabalho há um grande e errôneo preconceito com os profissionais 50+. Abrir mão da experiência e dos ensinamentos que a geração prateada pode trazer para as organizações e para os mais jovens é um erro cometido pelas empresas e profissionais de RH que influencia inclusive no comportamento da equipe. Isso porque o sênior tem o conhecimento para influenciar e até mesmo guiar os demais. Por fim, outra lição que o carnaval nos traz é de constante renovação. Todos os anos renovam-se os enredos, os figurinos, os integrantes e por aí vai. Não digo isso no sentido de substituição, mas no de ponderar o que deve ou não continuar, o que precisa ser ajustado. Ter presente o constante aperfeiçoamento e engajamento da equipe.  : Jorge Avancini Presidente do Sindicato dos Administradores do RS